sexta-feira, 20 de maio de 2011

Humano demais.

É esquisita esta sensação, mas ela visita a minha mente com frequência. Sempre tenho o receio de não estar vivendo o suficiente, de não estar aproveitando o suficiente, de não dar valor suficiente. Sempre penso no que eu poderia estar fazendo, nas oportunidades que eu desperdicei e onde elas poderiam ter me levado. Pode parecer um pensamento bem derrotista ou nostálgico, não que não exista uma parcela desses, mas é um pensamento bem racional e existencial.
Eu não falo de uma experiência em específico ou de alguém em específico. É algo que ronda a minha cabeça toda a noite; se eu fiz o meu dia render tudo que que poderia ter rendido, se eu não deixei de fazer algo que eu queria por uma bobagem, se eu me sinto satisfeita com as coisas que eu fiz.
E o meu conceito de viver intensamente não é ao estilo da clássica frase "live fast, die young", é simplesmente ter o sentimento de satisfação, se sentir "completo": mentalmente, emocionalmente e intelectualmente. Saber que tudo que foi feito não foi em vão.
Tenho receio de dar muito ou pouco valor à algo ou à alguém. De deixar passar experiências e pessoas na minha vida das quais eu vou me arrepender algum dia. Mas esse quesito não depende só de mim, infelizmente. Um exemplo bem clichê são os estudos. Eu tenho a oportunidade de me tornar alguém mais instruído e muitas vezes não aproveito totalmente isso, deixo de lado os livros pra me dedicar à algo que não vai me instruir de um modo prático na vida (lembrando que toda experiência é válida). A mudança é lenta mas está acontecendo e eu tenho me sentido muito bem por isso ultimamente.
Mas a maior questão de todas é sobre a carreira que eu quero seguir. Eu, honestamente, não penso na que me dê mais dinheiro (claro, que se eu conseguisse unir dinheiro com satisfação seria ótimo), a minha preocupação é chegar na metade da minha vida, ou mais, e descobrir que não era aquilo tudo que eu imaginava ou pior ainda, perceber que eu sou um fracasso total e ter que recomeçar tudo de novo, deixar de lado tudo que eu construí com aquilo e começar do "nada". Acho que essa é a maior das dúvidas que percorre a minha mente, quase que dia e noite. Eu tento não ficar muito neurótica quanto à isso mas é praticamente impossível do jeito que eu sou. O meu medo de falhar é muito grande. Depois de fracassar duas vezes no vestibular eu fiquei muito em dúvida se era isso mesmo que eu queria, se eu ia conseguir ser razoavelmente boa naquela área ao passo de ser totalmente satisfeita com o caminho que eu hei de seguir. Eu pretendo me dedicar à física na área astronômica e isso requer uma dedicação muito grande aos livros de cálculo, principalmente. Eu ainda duvido um pouco da minha capacidade de dedicação (quem diz ser totalmente seguro de si não sabe o que está falando, não pensou carinhosamente antes de responder ou desconhece suas limitações) e sei que se eu quiser ser alguém nessa área é preciso muito esforço.
Mas enfim, preocupo-me, talvez demasiadamente, em falhar. Mesmo que eu já tenha falhado muitas vezes e falharei muitas mais ainda, tenho essa noção. Mas é frustrante sabe, ser assim.. tão humano.





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