quarta-feira, 24 de março de 2010

Fobia.

Hemofobia.
É assim que se chama o pavor profundo que eu tenho.
Eu nunca soube o que causou isso em mim; também nunca procurei ajuda. Mas nos últimos dias, vejo que eu preciso e rápido.
Eu não consigo explicar exatamente como eu me sinto e quando/porquê isso ocorre. A única coisa que eu sei é a causa: sangue, e associados, como cortes, feridas, etc. A maior parte (quase total) das vezes acontece na rua. Eu poderia descrever o sentimento como pavor, aversão, minhas mãos suam muito, e acidentalmente não consigo desfocar a minha mente desse tipo de assunto (o que piora a situação) e se eu não consigo controlar, eu acabo por passar mal mesmo, tendo surtos desesperados como sair correndo da sala, ou pior, desmaiar ali mesmo. Geralmente o meu salvador é o mp3. A música me ajuda a tirar de foco esse assunto da minha mente tão fértil nesses momentos.
Mas o mais incrível é que não é simplesmente falar "sangue" e eu caio dura. A verdade é que, quando tu conta uma história qualquer que envolva isso, mesmo que subjetivamente, a minha imaginação se descontrola, e começa tudo de novo.
E assim foram todas as minhas manhãs desde segunda-feira; parece pouco, mas eu não aguento mais. Eu tô com receio de ir pra aula. Eu não quero ir e chegar lá e ter que procurar com rapidez o mp3 na mochila, sentir as mãos suando frio, ouvir mais aguçado o assunto que eu não queria ouvir, sentir a reprovação do professor ao ver eu sem prestar atenção no que ele fala.
Mas a minha maior indignação é saber que as pessoas não acreditam na minha fobia por não entenderem o que eu sinto, ou não entendem o que eu sinto e, sendo assim, desacreditam em mim. Seja como for, eu vejo nos seus olhos que pra las é uma coisa muito sem sentido, tipo: fala sério né, tu tem sangue em ti! Mas é verdade. E isso me atinge em cheio.
Não sei se isso ocorreu devido à algum trauma (por que eu não me lembro de nenhum que tenha me dado motivos), não é genético (pois meus pais e minha irmã trabalham com saúde) e então só me resta o disturbio psicológico.
Eu sei que, no último ano tem acontecido mais frequentemente do que antes, principalmente nos últimos três dias.
Vou ligar pra um psicologo qualqer, ver se ele te alguma coisa pra me dizer, senão.. não tenho nada em mente.


*desculpe se este texto estiver meio confuso, mas sempre eu que falo disso não consigo me expressar claramente.*

LDC.

terça-feira, 23 de março de 2010

death tastes like..

Dizem que nós não gostamos do que não entendemos.

Eu tenho medo de morrer. E isso é fato.

Às vezes, enquanto caminho pelas ruas, distraída nas músicas que soam em meu ouvido, eu sinto-a como uma epifania. Ela se aproxima como se fosse acontecer naquele instante, e, de repente, passa. Mas, eu sempre fico me recordando de como foi aquela sensação; me jogo de cabeça, como se fosse realmente acontecer. Sinto como se eu estivesse ficando envolta num manto negro, fechando os olhos, sentindo um frio, um abismo se aproximando. Eu gosto de ficar relembrando esta situação, pois me faz pensar em como seria morrer. E é um sentimento muito firme, quase palpável.

E a minha descrição poderia ser mais ou menos da seguinte maneira, um tremendo horror de perder a vida que eu tinha; um pavor de sentir como se eu não tivesse completado tudo que eu almejei, uma dúvida constante da clássica pergunta: para onde vamos? E eu apreciaria muito se apessoa que lêsse este texto olhasse para esta pergunta e visse aos meus olhos, cientificamente; não quero respostas prontas de crenças e religiões à ti já pregadas. Eu gostaria de saber o que realmente acontece depois que a gente morre. Eu sei que ninguém sabe a resposta. E sei que quando eu morrer, os cientistas ainda não a terão achado; e nem se quer daqui a mil anos, quem sabe. Mas uma coisa é certa, se eu soubesse disso antes de morrer, eu ficaria muito mais tranquila.

Esse sempre foi um medo meu.