domingo, 5 de agosto de 2012

ressaca de filme - 142

Eu sempre me questionei se eu vivia do jeito que eu sonhava. Sempre queria saber se eu levava a vida do jeito que eu achava certo. Fico sempre com a pulga atrás da orelha, sempre me perguntando se é assim mesmo que eu queria que as coisas fossem.
Provavelmente esse não é o jeito que eu viveria a vida, quero dizer, num mundo ideal. Aí tu te depara sempre com a seguinte questão: por quê não fazer o que se quer da vida? Por quê então, já que tu não está satisfeito, não viver como se sempre sonhou? Acho que a melhor resposta é que nós criamos correntes invisíveis ao redor dos nossos instintos, fazemos disso um tabu e nunca mencionamos o que queremos de verdade. Há dois tipos de pessoas no mundo: as que acham que esse modo é o mais seguro, como nadar em alto-mar com uma boia. E existem as pessoas que aprendem a boiar.
Eu, por exemplo, gostaria muito de saber boiar, mas esse meu medo de me afogar inibe qualquer motivação ao aprendizado. Não sei se a metáfora foi boa mas, o que eu quero dizer é: Por quê achamos que o nosso jeito de viver é o certo? Por quê continuamos a fazer disso uma desculpa?
Aí tu assiste à um filme e fique incrivelmente maravilhada com o simples fato de alguém estar vivendo exatamente como queria e totalmente diferente do nosso jeito padronizado de viver. E o pior ainda, é pensar que tu te impressionaste tanto só porque é algo "incomum". É um certo choque pensar que nós temos a resposta pr'os nossos problemas e que a vida é tão mais simples do que nós fazemos dela. A verdade é que nós romantizamos a vida. Nós romantizamos o amor. Nós romantizamos absolutamente tudo. Porque ser humano é não ser satisfeito. Ser humano nos dias de hoje é sempre querer muito mais do que se ter e achar que isso é precisar.
E o mais importante a se refletir é: por quê não?

Lembrar de re-assistir: Into the Wild.

sábado, 4 de agosto de 2012

evidences of a self esteem

Realmente não sei como me sentir no momento. Até agora não chorei, e, pra mim, isso é bastante incomum.
Será que eu tenho o direito de não chorar? Mesmo depois de anos! Será que eu só estou inibindo isso com esse sentimento platônico?
Será que eu deveria chorar? Colocar pra fora o que tem de ser posto. Liberar espaço. Desobstruir. O pior (acho que o melhor) é que eu já me sinto livre. Eu consigo ver os caminhos à minha frente, consigo enxergar que existe algo além. Mas ainda assim, acho muito estranho não chorar. Será isso algum efeito colateral daquela droga? Do cheiro, claro. Deve ser; eu devo estar anestesiada.
Eu sinto mais saudades do que nunca aconteceu do que eu tive durante anos. Muito mais.
E não é uma questão de não dar valor ao que eu tive, por que eu realmente fico muito feliz de ter tido toda essa experiêcia e essa carga emocional que me acompanhou durante muito tempo. Mas eu sinto tanto a necessidade de fazer um futuro só meu, e ter histórias só minhas. Um pouco egoísta, talvez. Embora ache que todas as pessoas pensam, de certa forma, assim.
Eu sinto saudades, sim. Mas a minha necessidade de buscar o mundo com minhas próprias mãos é muito maior. A minha ânsia de querer completar objetivos e querer ter um motivo só meu pra acordar de manhã, e ter fé nisso.
E ainda assim, sinto que eu devia ter chorado. A verdade é que, eu acho até melhor não ter chorado. Acho melhor estar anestesiada pela nostalgia, pelas recordações. Sinto mesmo que é melhor pra mim, assim, estar cega por uma nova perspectiva. Olhar as coisas de um novo ângulo; por mais imaginativo que ele seja; por mais 'silly', por mais romântico.
A verdade é que eu não quero chorar. Eu não quero nem mais pensar sobre isso. Eu quero deixar isso seguir o curso natural, e virar uma ótima fase de vida e ótimas lembranças. Eu quero viver novos horizontes e descobrir prazeres novos e poder sentir que eu estou indo à algum lugar.
E isso pode ser só mais uma romantização, mais um sonho inatingível. Mas, como eu disse antes, eu aposto o meu destino inteiro nisso.